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uma certa resignação...
domingo, outubro 08, 2006

Jan Saudek - Tell me Mirror

Dentro do silêncio encontro-me contigo. Nas horas mais vagas, nos dias mais imprecisos e nublados. Encontro contigo na caligrafia dos outros. Na habilidade dos poetas, nos caminhos que percorro, no anel que coloco no dedo. Encontro contigo quando tudo é pura lama e divido-me em algo mágoa, divido-me em algo solitário.Encontro-te quando todos estão bem, a rir escandalosamente. Encontro-te nas cadeiras e filas, no guarda-chuva furado, no sinal que não abre. Encontro-me contigo quando tudo mais parece ser mais nada. É um puríssimo estado de mim quando indelicadamente te convidam para não responder, não opinar ou esboçar qualquer nuance sincera em sua expressão.
Encontro-me contigo no horário das estrelas, na toalha molhada e nas pálpebras que desenham um sono profundo.
Encontro-me contigo quando tudo é nada e estás a ranger as dores do mundo.
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all or nothing at all...
domingo, outubro 01, 2006

Descobri que para chorar eu preciso de alguém que entenda a minha tristeza. Não precisa identificá-la com nomes, códigos e números, como uma doença em algum volume de uma enciclopédia. Constatei que eu preciso sempre de um amigo próximo que me induza ao choro. Só assim tenho a liberdade de chorar. Se for algo diferente disso que descrevo não sei organizar a minha tristeza. Não sei encontrar a explicação. Sei apenas a fórmula para tornar-me um tipo de cão raivoso. Odiar pontos de vista, implicar com a maneira como as pessoas caminham ou como mexem os cabelos.
Alguns amigos esvaziam a minha amargura. Alguns deles diluem a minha acidez com pouquíssimas palavras.
Hoje acordei com vontade de ser formiga, um pedaço de queijo minas, um gafanhoto, uma xícara vazia de café expresso, um pedaço de pão com manteiga derretida. Acordei com o desejo de que o colchão me engolisse, olhei pela janela esperando uma garoinha fina, quis votar em um playmobil e ser um girino de beira de córrego.
Lembrei-me que quando muito pequena, ainda em idade escolar, tinha um desejo enorme de dormir dentro da escuridãozinha confortável da minha mochila fechada. Abria apenas um buraquinho do zíper para que nenhum feixe de luz estragasse aquela sensação confortável de querer ser a caixa de lápis de cor que lá dentro dormia ou até mesmo a tesourinha de inox com meu nome gravado. O lápis de cor e a tesoura nunca eram utilizados.
Hoje eu quero caber dentro daquela mochila escura.

I Was the Fool Beside You for Too Long - Yo La Tengo (pero no tengo nada… )
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Polkadots